quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O Aeroporto

Pensem num aeroporto internacional, que recebe vôos dos EUA, do Canadá. Imaginou? Pois é, agora pense na rodoviária de São Tomé das Letras (é a menor que eu conheço). O Aeroporto Internacional de Port-au-Prince (o nome original de Porto Príncipe) é tipo a rodoviária de São Tomé das Letras, só que mais desorganizado. Você desce do avião naquelas escadinhas, ao ar livre e já sente o bafo quente que sopra por aqui. Se dirige ao saguão do aeroporto, seguindo o fluxo de pessoas, porque placas de informação não existem.

Aí, vai passar pela imigração. Você não fala francês? Sem problemas, desde que se vire bem no espanhol ou no inglês. Impressionante, as pessoas mal sabem ler (segundo a Wikipédia, mais 50% da população é analfabeta), mas quase todos falam os três idiomas. Não sei como, mas enfim... Depois da imigração, que é uma fila enorme e um calor desgraçado, você vai para a esteira buscar sua mala.

Aí é que fica bom: você tem que perguntar para alguém de onde sairá sua mala, já que não tem identificação. Eu esperei por 40 minutos, e já estava pensando que minha mala foi parar em La Habana, em Kingstown, em Miami ou sabe Deus e a Copa Airlines onde. Mas chegou. E agora é a hora da alfândega.

Na fila, com duas malas, uma mochila e minha bolsa, a moça da alfândega pede pra eu abrir a mala que estava com cadeado. Achei que ela fosse revirar tudo, mas não, olhou por cima, abriu minha nécessaire, e só.

Vamos saindo do aeroporto, cheguei, finalmente no Haiti. Mano! Caralho, quanta gente pedindo pra carregar a mala, te oferecendo táxi, hotel, pedindo um trocado, falando em creole, um calor do demônio, um cheiro horroroso. Queria sair correndo e pegar o avião de volta para o Panamá.

No próximo capítulo: as ruas, o trânsito, e as disparidades.

Um comentário:

MarcCast disse...

Carácas, Vivis... Do frio das alturas ao mármore do inferno... heheheheh
Tenho orgulho da sua coragem e personalidade. Força!!!