sábado, 31 de outubro de 2009

Os haitianos

Os poucos com quem consegui conversar eram gente boa. Tem o Charles, que é tipo um garçom (atenção para aula de francês: garçon em francês é moço em português... adorei). Gente finíssima, só fala creoule, e mesmo assim me dizia bom dia, perguntava se estava tido bem, se eu gostava do Ronaldo Fenômeno. A gente se entendia. No final já estava até dizendo pra ele: ça va? Rs

São muito vaidosos. E bem arrumados. Acho impressionante isso, porque, quem passa fome, vaidade é luxo. Mas todos têm uma roupa nova, uma que seja, e sempre estão bem apresentados. Vide a necessidade de tomar banho todo dia, as moças sempre com o cabelo mega arrumado, arrumado demais pro meu gosto.

As crianças indo pra escola é uma graça de se ver. Todo mundo tem uniforme, e geralmente o laço no cabelo das meninas é da mesma cor do uniforme. Uma graça.
As crianças aqui dão vontade de apertar. São lindinhas. Queria levar um menino que vi aqui no hotel pra casa.

Mas eu percebi que eles não curtem muito trabalhar não. Sei lá, acostumaram com ajuda humanitária. Se perderem o emprego tanto faz, porque sempre vai ter uma ONG pra ajudar. Sempre.

E como todos os outros povos que não os brasileiros, protestam. Como protestam. E como pedem coisas. E como são interesseiros. Se você pedir uma informação de como chega a algum lugar, a pessoa vai logo pedindo alguma coisa em troca. Teve um dia aí que tivemos que ficar escondidos no quarto porque eles disseram que invadiriam o hotel. E a polícia não podia fazer nada, porque afinal de contas, estava do lado deles. Eles queriam emprego, mas como você vai colocar alguém pra operar uma retroescavadeira se o cara não sabe operar? E se o mano cai num dos precipícios? É uma vida que se perde. Mas é difícil para eles entender este tipo de coisa. Fazemos o que se pode... Infelizmente, não é muito.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Comer, beber e chorar

Comer para mim é uma coisa complicada em qualquer lugar. Mesmo no Brasil. Eu não como feijão e quase nenhum tipo de grão que lembre sob qualquer aspecto feijão. Só como ervilha, milho e soja. Nada, além disso. Pra mim tudo tem gosto de terra, como o feijão.
Daí que aqui se come muito feijão. A comida é bem parecida com a brasileira. Eu queria ter fotos dessas coisas, mas ó, fiquei com vergonha de sair sacando foto feito turista japonês. Coisas estranhas:

  • Frango com feijão: é um frango cozinho, com feijão preto. Rá! Tipo um frango com ervilha, mas com o maldito feijão. Imagina minha cara quando vi tal quitute num jantar? Queria morrer, porque gordo sem comida, faz mais gordice ainda. Nesse dia aí comi arroz e batata frita. #fome
  • Sopa de abóbora: reza a lenda, que é uma sopa bem típica daqui, que se faz na noite de ano novo e se troca com os vizinhos. Apesar da minha objeção à sopa, essa aí era boa pra cacete. Comi um monte, uma delícia. A abóbora é batida, tem carne, repolho, batata e vagem.
  • Macarrão no café da manhã: tá eu sei que no nordeste se come carne seca com mandioca no café da manhã. Mas sabe, meu, eu sou paulistana, e em São Paulo a gente come pão, leite, essas coisas no café da manhã. Não um prato gigantesco de macarrão. Pelo menos não as pessoas que eu conheço. E ainda se coloca um ketchup pra dar aquele gostinho especial na sua refeição às seis da manhã.
  • Café: ah o café haitiano. Meu nosso senhor dos viciados em café, o que é o café daqui. De tomar de joelho. Não sei se é o grão, não sei se é o modo de fazer – como o cubano, que se mistura a água, o pó, ferve um ‘cadin’ e depois côa – não sei se é o açúcar, mas o café uma delícia. Depois de dez meses tomando aquele café horrível no Chile, o café daqui, ao menos pra mim, é uma coisa dos deuses do café.
  • Arroz com feijão: nosso velho arroz com feijão, só que com feijão preto (sorry cariocada, mas em São Paulo, feijão comum é o carioca). Qual não era meu pesar quando eu chegava pra comer e estava lá o maldito feijão com arroz? Batata frita na gorda.
  • Suco de maracujá (ou granadine, se preferir): o melhor suco de maracujá que já tomei na vida. Sem mais.
Ah sim, eu tomei uma cerveja aqui, que é muito boa. Prestige se chama a danada da cerveja. É bem encorpadinha, tem um gosto forte, uma garrafinha me deixou alegrinha a tarde toda.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Banhos Públicos

Ó, eu fiquei meio chocada com isso, mas enfim. Na frente do hotel que eu estou, tem um canal construído em mais ou menos 1765. Todo dia de manhã tem uma galera escovando o dente neste lugar. No final da tarde é o povo tomando banho. Sem cerimônia, pelado mesmo, como se nada estivesse acontecendo. Aliás, preservar a intimidade de certos momentos fisiológicos aqui é bobagem. Isso foi o que mais me chocou na verdade. As pessoas (velhos, crianças ou jovens) fazem xixi em qualquer lugar que esteja, sejam meninas ou meninos. A primeira vez que vi, achei que fosse um mendigo, mas é difícil identificar um mendigo aqui, por que né? Mas depois, quando vim para Camp Perrin, percebi que é uma prática corriqueira, como cumprimentar o vizinho. Sem cerimônia. Fiquei chocada. Muito chocada. Estou acostumada com esse tipo de comportamento não...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Cemitério no quintal, vodu e zumbis

É um costume bem haitiano enterrar seus mortos na frente da casa, no quintal, mesmo. Eu não entendi muito bem porque até que me explicaram o motivo disso.

Quando uma pessoa morre, a alma dela já se foi, e tudo que se pode fazer é preservar seu corpo, sob vigilância, para que ele não vire um zumbi. Segundo me disseram (e eu sou supersticiosa, mas isso está difícil de acreditar) existem duas formas de se transformar em zumbi. A primeira é roubando um morto “recém-morrido” e fazer um vodu (explicando: vodu é a mesma coisa que os trabalhos de candomblé e umbanda no Brasil, não tem nada de bonequinhos sendo espetados não) para que este corpo vire escravo de um mestre (a pessoa que pediu pra fazer o trabalho) ou então, por exemplo, a pessoa tem um funcionário muito bom, sei lá, é um bom vendedor, aí o patrão faz um trabalho para que essa pessoa se torne seu zumbi, só obedece ao mestre e tal. (Se tiver alguém aí lendo, que entenda mais do assunto que eu, e quiser me corrigir, fique à vontade). Segundo o moço que trabalha aqui, é bastante comum ver um zumbi na rua. Eu não sei se acredito ou não, por que né, isso é muito além da imaginação... Zumbi pra mim, só no Resident Evil, ou no clipe do Michael Jackson... rs

Aí então eu entendi a quantidade de túmulo nas ruas. E não existe muito isso de sagrado não. Colocam roupa pra secar, trabalham em cima do túmulo, uma beleza. #medo

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Love 'n Haiti

Por falar em carvão, conheci uma moça – brasileira - no hotel em Porto Príncipe, que faz um trabalho social, reciclando lixo e transformado uma parte dele em briquettes, que é uma espécie de carvão e serve como combustível. O projeto que ela coordena foi escolhido pela BBC para concorrer com outros 12 como uma forma sustentável de desenvolvimento.

Quem quiser saber mais, aqui o site do concurso. Dá pra votar. É um favor pro povo haitiano e tal. A moça em questão, que se chama Eliana, tem apoio do (eca) Bill Clinton, nada mal pra uma brasileira transformando lixo em combustível e tentando diminuir o desmatamento.

O tio Bill falando do projeto:



E mais essa página aqui, com uma música que o Wyclef Jean, fez pro projeto e pra judar a divulgar o BBC.s World Challenge 09.

É só clicar lá no site da BBC é rápido pra votar, não precisa se cadastrar nem nada. A votação acaba dia 13 de novembro.

PS: tá tudo em inglês, sorry!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Beijo-tchau, Haiti

Eu achei o Haiti muito parecido com o Brasil. Não sei se é a quantidade de negros (muito mais que no Brasil, todo mundo aqui é negro), se é o clima, se são as pessoas. A gente é mais alegre, mas também, não dá pra ser muito alegre aqui.
Eu odiei Porto Príncipe, porque lá fedia, como já disse. Agora Camp Perrin eu curti. Uma tranqüilidade, uma paz, sei lá. E um silêncio maravilhoso. Sem contar os bichinhos todos.

Estou indo embora do Haiti hoje. Mas devo voltar depois de 15 de novembro. Tenho milhões de coisas pra falar, mas como passarei dois dias viajando (pra sair daqui tenho que ir até a República Dominicana e de lá para o Panamá e do Panamá para o Brasil), vou deixar uns posts programados.

Até lá então!

Camp Perrin

Camp Perrin é uma cidade bem pequena, com coisas bem curiosas. Aqui, quase 2/3 da população vivem no campo e daí tentam tirar seu sustento plantando café, cana, milho. Mas são poucas as pessoas que fazem isso. A maioria vende carvão, ainda que não exista mais nenhum tipo de embargo econômico. A história do carvão é a seguinte: (segundo a Wikipédia e um haitiano que trabalha na obra que se chama Francis, mas adotou o nome de Franco e fala português muito bem, tão bem que até fala umas gírias com sotaque carioca)



Quando o Haiti sofria embargo econômico de todos – TODOS – os países do mundo, não existia combustível de nenhuma espécie no país, além do carvão conseguido pelo desmatamento. Era uma moeda de troca, como se fosse dinheiro, já que não havia outra forma de cozinhar, seja lá o que se tinha pra cozinhar. Hoje, mesmo depois de alguns poucos anos sem restrições econômicas, a maioria da população ainda tem somente o carvão como fonte de renda.



Camp Perrin é assim, como eu posso dizer, muito bonita se você olhar a natureza. Por que a cidade mesmo é umas ruas e só. Nada de muito espetacular, mas ainda é melhor que muita cidade do interior do Brasil que eu já estive, como as do Piauí, por exemplo.
É de tirar o fôlego a cor das árvores, e o tamanho delas, umas cachoeiras que têm aqui perto e a praia, que fica na cidade de Les Cayes. Aliás, as praias aqui são de querer morrer de tão lindas. O mar tem uma cor linda. Nem vou falar muito, as fotos dizem por si só.





quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Off topic - reclamando

Eu disse que falaria daqui de onde estou, que é uma cidade chamada Camp Perin, mas antes vou ser bastante fútil e fresca e reclamar, que é o que eu sei fazer de melhor.

Eu cheguei aqui sexta-feira passada, e desde então não tinha tomado um banho decente até hoje. Nem vou falar da água fria, porque aí né? Mas pensa só, a cidadã passa o dia no calor escaldante que faz aqui (eu não sei dizer a temperatura, mas deve ser algo perto dos 40°C), trabalhando no sol, chego na minha humilde residência local e não tem água no chuveiro. Isso mesmo crianças, sem água, nem umas gotinhas como estava acontecendo nos outros dias. Quer dizer, ontem eu dormi suja e acordei limpa, porque banho que é bom não rolou.

Daí que hoje, fui lá, liguei o chuveiro e voilá, água saindo numa quantidade suficiente pra eu lavar o cabelo – coisa que não fazia desde quinta-feira passada, pela insuficiência de água – e de repente, não mais que de repente, água morna, ali, no chuveiro que eu amaldiçoei tanto nestes dias. Só de raiva demorei meia hora no banho, pra aproveitar, porque sabe deus quando é que isso vai acontecer de novo. É foda ficar sem tomar banho nesse calor infernal que faz aqui. Já estava até preparando meu biquíni pra ir ali no canal, feito em 1700 e lá vai pedrada pelos franceses, tomar banho. Porque sem banho não rola.

Outra bizarrice: estou num hotel que foi todo alugado pela empresa que eu trabalho. Daí tem uns horários fixos para tomar café da manhã, almoçar e jantar. E filhote, se eu perder o horário, me fodi, porque só no próximo e aqui não rola um delivery de nada, nem um lanchinho, um fandangos pra tapear a fome enquanto a próxima refeição não chega. Só que, além dos horários fixos, ainda tenho que chegar uns 5 minutos antes, porque a comida acaba. É minha gente, a comida, que já não é lá uma coisa de louco - estou quase criando pena de tanto comer frango e batata (poulle e pomme de terre, meu francês c’est tré bon) - acaba em 15 minutos. Sábado-feira eu fiquei sem jantar, fui salva por uma graviola que ganhei do moço que trabalha aqui (aliás, foi engraçado o moço, em francês para mim: ‘pur vu’ e eu sem entender só disse merci).

Mas tem uma coisa boa, que para mim é ótima: o café daqui é de beber de joelhos, agradecendo ao @OCriador. Uma delícia...

Tirando esses inconvenientes de banho, comida e falta de lugar adequado para trabalhar, aqui é um milhão de vezes melhor que Porto Príncipe. Mas amanhã eu falo da aprazível Camp Perin, seus mistérios e sua magia... hahaha

PS (que não pode faltar num post meu, hihihi): apesar de tudo eu estou gostando muito daqui. De verdade. Estou trabalhando vem uma vaca mugir na minha orelha, olho pra árvore tem um macaquinho, os passarinhos cantando, tudo bem bucólico e agradável, tirando o calor. Mas melhor esse calor do que o frio de Santiago.


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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

As ruas, o trânsito, e as disparidades

O trânsito de Porto Príncipe, é uma confusão, tem os tap tap, o transporte público daqui, que tem gente até no teto, pessoas andando nas ruas, enfim, uma confusão. O que mais me impressionou é a disparidade das coisas por aqui. Do mesmo jeito que a maioria da população vai e volta do trabalho nos tap tap ou a pé, você vê uns carros importados de ficar babando. Tem um monte de Mitsubishi, Honda, aqueles SUV americanos. Muito carro. E muito trânsito. Quando eu estava em Porto Príncipe, tinha congestionamento todos os dias, demorava quase uma hora pra chegar ao hotel que eu estava.

O lugar onde fica o hotel, aliás, nem parece que é a mesma cidade. Só tem mansão, mas mansão mesmo, daquelas que existem no Morumbi em São Paulo, sacas? E o hotel então, é uma coisa de louco. Cheio de green-go, canadense, toda sorte de europeu e muito brasileiro. Pois é, muito brasileiro trabalhando aqui, seja nas missões de ajuda humanitária, seja ganhando dinheiro mesmo com a pobreza alheia. E eu me incluo nessa parte, porque não vim até aqui fazer trabalho humanitário.

Por mais que você pense num lugar pobre o que se tem em Porto Príncipe é inimaginável pra qualquer pessoa que nunca viu o que se tem aqui. Lixo na rua, muito lixo, as pessoas caminhando, sempre caminhando, não se sabe para onde, as crianças limpando vidro, ou catando lixo na rua, pessoas mutiladas, pessoas vendo a vida passar com um olhar sem esperança. Eu já viajei por muito lugar pobre no Brasil, no sertão nordestino, na Amazônia, e nunca vi pessoas com um olhar como os dos haitianos. Mesmo as pessoas que trabalham no hotel que eu estava tem um olhar triste, apagado, sorriem por educação.

Outra coisa típica daqui: quase não existe supermercado, mesmo porque os ricos compram em Miami (existem umas 10 famílias que mandam no Haiti, o resto é todo mundo pobre, simplesmente não existe classe média), então, em quase todas as avenidas que passei, todos os dias, tem uma feira em que se vende de tudo. De fruta à diesel para os geradores. Aqui quase todo mundo que ganha um pouquinho mais de dinheiro compra um gerador, porque a energia elétrica é fornecida somente 3 horas por dia, quando tem.

Quando estava saindo de Porto Príncipe passei por um lugar que é a coisa mais bizarra que já vi na minha vida. Uma feira, no meio do lixo, gigantesca, com carro, tap tap, pessoas. Pau de Arara é luxuoso perto destes tap tap. E eu não estou brincando.

As coisas são muito caras aqui. Muito, muito caras. Uma pasta de dente, simples, daquelas pequenas, custa mais ou menos 5 dólares. Um quilo de carne, de 25 a 30 dólares. Agora pense que o salário mínimo aqui são 80 dólares e grande parte das pessoas não ganham nem isso.

Amanhã, se eu conseguir: o interior, um lugar muito melhor, mais bonito e agradável para se ficar.

PS: fico me perguntando o que é que o governo aqui fornece pra população de fato. Transporte coletivo não é público, educação não é fornecida pelo governo, saúde eu só vi postos dos Médicos Sem Fronteiras e da Cruz Vermelha. E todo o resto vem de ONG ou da ONU ou das Nações Unidas. O que faz este governo por este povo?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O Aeroporto

Pensem num aeroporto internacional, que recebe vôos dos EUA, do Canadá. Imaginou? Pois é, agora pense na rodoviária de São Tomé das Letras (é a menor que eu conheço). O Aeroporto Internacional de Port-au-Prince (o nome original de Porto Príncipe) é tipo a rodoviária de São Tomé das Letras, só que mais desorganizado. Você desce do avião naquelas escadinhas, ao ar livre e já sente o bafo quente que sopra por aqui. Se dirige ao saguão do aeroporto, seguindo o fluxo de pessoas, porque placas de informação não existem.

Aí, vai passar pela imigração. Você não fala francês? Sem problemas, desde que se vire bem no espanhol ou no inglês. Impressionante, as pessoas mal sabem ler (segundo a Wikipédia, mais 50% da população é analfabeta), mas quase todos falam os três idiomas. Não sei como, mas enfim... Depois da imigração, que é uma fila enorme e um calor desgraçado, você vai para a esteira buscar sua mala.

Aí é que fica bom: você tem que perguntar para alguém de onde sairá sua mala, já que não tem identificação. Eu esperei por 40 minutos, e já estava pensando que minha mala foi parar em La Habana, em Kingstown, em Miami ou sabe Deus e a Copa Airlines onde. Mas chegou. E agora é a hora da alfândega.

Na fila, com duas malas, uma mochila e minha bolsa, a moça da alfândega pede pra eu abrir a mala que estava com cadeado. Achei que ela fosse revirar tudo, mas não, olhou por cima, abriu minha nécessaire, e só.

Vamos saindo do aeroporto, cheguei, finalmente no Haiti. Mano! Caralho, quanta gente pedindo pra carregar a mala, te oferecendo táxi, hotel, pedindo um trocado, falando em creole, um calor do demônio, um cheiro horroroso. Queria sair correndo e pegar o avião de volta para o Panamá.

No próximo capítulo: as ruas, o trânsito, e as disparidades.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

cheguei

oi,

cheguei semi-viva, cansada mas cheguei. saí da minha casa em são paulo meia noite de segunda feira e cheguei ontem as 16 hs.

nessas primeiras 24 horas o que eu posso dizer é: faz um calor filho da puta aqui. e tem um cheiro horrível, de mendigo, não sei explicar. por causa desse cheiro, eu não consigo comer direito, fico com nojo da comida.

como eu dormi mal, e não tomei café da manhã direito, estou com enxaqueca (este post é redigido mediante doses cavalares de neosaldina e dramin) e quase vomitei no carro do diretor enquanto voltava da minha tentiva de almoço.

assim que perder a vergonha, coloco umas fotos, aqui mesmo, da belezinha que é Port au Prince.

beijo